Mulheres se mobilizam contra machismo no mercado cervejeiro

Chegou a hora de falar sobre dois projetos dos quais me orgulho de fazer parte e acredito que estejam tocando em alguns pontos necessários para que o machismo e o preconceito no meio cervejeiro sejam questionados e combatidos e que a mulher no mercado cervejeiro seja valorizada e respeitada por todos. Confiram a matéria:


Contra o machismo na cerveja – Cerveja Por Elas

Um grupo formado por 65 mulheres que atuam no mercado de cervejas artesanais do país resolveu se unir para chamar a atenção para o machismo no setor. Cansadas de ouvir termos como “cerveja para mulher”, “quero falar com o cervejeiro responsável”, “mulher não deve ir ao bar sozinha” criaram o ELA um coletivo para enaltecer o trabalho da mulher no meio e denunciar ações machistas por parte da indústria cervejeira e da sociedade em geral.

Elas são mestres cervejeiras, sommelières, professoras, juízas de concursos, apreciadoras, empresárias e especialistas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo. Motivadas pela forma negativa como a mulher é retratada na indústria, querem que a relação cerveja e mulher comece a ser vista de outra forma.

A mobilização iniciou em maio, logo após a divulgação de um novo rótulo de cerveja que explorava negativamente a imagem de uma mulher. “Essa história de peito e bunda na cerveja já deu, né? Estamos no mundo da cerveja tanto quanto eles, trabalhamos tanto quanto eles e precisamos de respeito”, explica a gerente comercial e de marketing da Cervejaria Dádiva e uma das idealizadoras do projeto, a sommelière Aline Smaniotto Tiene. 





O estilo escolhido foi o American Barley Wine, de amargor mais acentuado que a sua versão de origem, inglesa, para fugir totalmente do estereotipo de que mulher gosta apenas de cerveja leve e doce. Com 10% de graduação alcoólica, leva maltes tostados e lúpulos americanos de aroma e amargor. A cerveja foi produzida no começo de julho e deve estar disponível para comercialização ainda neste semestre. Para chamar ainda mais atenção para a questão, o lucro obtido com a comercialização da cerveja será doado a entidades que acolhem mulheres vítimas de violência.

Para acompanhar as novidades, conhecer mais sobre o projeto e suas participantes é só seguir o coletivo nas redes sociais através do @cervejaporelas. 



Pelo empoderamento no Mercado de Trabalho – Pink Boots Society


A Pink Boots Society nasceu em 2007 com objetivo de empoderar as mulheres que trabalham no ramo cervejeiro através da educação.

A organização internacional consegue bolsas de estudos e diversas vantagens para as participantes, tudo isso de forma gratuita: a ideia é que os bolsistas retribuam a conquista oferecendo palestras, cursos, artigos e outras formas de disseminar o conhecimento às demais associadas. No site também é possível fazer doações e ser voluntária da causa.

No Brasil já existem alguns núcleos da organização e a Maria Cevada – Amanda Henriques – é responsável pelo grupo do Rio de Janeiro.

Esse ano produzimos uma gose com adição de cajá na fábrica da Noi receita de Maíra Kimura da 2cabeças –  em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Essa ação acontece de forma conjunta no mundo todo, tendo sempre um estilo como base. A brassagem envolveu mulheres do mercado cervejeiro carioca como Isabella Correa, Fernanda Freitas, Clarissa Guedes, Bárbara e Bianca Buzin, Lilly Gurgel, Lívia Moore, Lívia Bravin, Helena D’Ottenfels e Stephany Grey. O valor de venda é revertido para a Pink Boots Society continuar promovendo bolsa em cursos cervejeiros ao redor do mundo. A ação teve o apoio da Dr.Yeast e da Noi.

No Rio de Janeiro, estamos captando parceiros, como a Confraria do Marquês que forneceu uma bolsa no curso de cerveja caseira em junho para a Pink Boots Society Rio de Janeiro.

Quem quiser participar do grupo, basta que tenha alguma renda relacionada à cerveja, entrar para PBS e integrar nosso networking global.

Grupo do Facebook:  https://www.facebook.com/pinkbootssocietybrasil/?fref=ts

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